terça-feira

(...)

Tenho um tempo sem escrever. Acho que esperava/esperança de alguma forma, toda a tempestade passar, o mar se acalmar e as flores se abrirem.
Coloquei um ponto de continuação em minha vida. Fechei as páginas do passado. Abri um novo caderno.
Foram quatro anos no escuro com tinteiros vazios. Escolhas erradas.
Quatro anos de figuração.
Hoje não consigo ver o que passou. Nem sentir. Nada existiu. Nada foi concreto.
Estranha leveza/beleza de existir. Será felicidade?
Abrir mão da amargura seria um dos grandes passos. Talvez o primeiro parágrafo da nova história. Talvez a história toda. Quem sabe.
Acreditar que é possível apenas não basta. Nada é bastante quando se trata de mudar rumos.
Meu campo de visão agora é outro . Me vejo com outros olhos e isso também é estranho.
Redundância dizer que "estranho" mesmo seria não mudar. Continuar ali, inerte à tudo.
Agora as cores estão interessantemente mais claras. E eu, ainda obscuro.
Queriam saber o que eu pensava. Por diversas vezes. Não o disse. Queria ter dito.
Eu me absorvo e me absolvo sempre. É a minha maneira de parecer menos ridículo.
É a minha condição para existir.


C.

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